CORPOS [PARDOS] ESTÃO EM TRÂNSITO
Jorge Cabrera, 2019
Trata-se de uma foto-performance, que faz parte de um projeto de artes visuais chamado “Corpos em trânsito com dispositivos de alteridade”. Na imagem, um corpo (pardo), centralizado, ocupa uma sala de aulas em penumbras e se apresenta de frente para a plateia. Poucos elementos compõem o conjunto, com uma carga simbólica de referentes. O quadro negro, de fundo, disputa com o corpo o suporte do conhecimento.
Que corpo é esse, com dispositivo[1], a me olhar? O que um corpo em trânsito pode me ensinar, que o quadro negro não tenha-me dito?
A força desse trabalho de conhecimento, por essência, visual, está no corpo do Outro. Este é utilizado como suporte e forma de resistência em arte contemporânea, em países de América como o Brasil. O corpo do Outro é um conjunto de conhecimentos culturais, assim como uma cartografia de suas diversidades, que podem estar em trânsito. Por tanto, se apresentar em uma sala de aulas de frente para a plateia pode ser um ato de resistência se quisermos educar a tolerância em relação às diversidades culturais planetárias.
[1] Mais do que uma máscara
Jorge Cabrera